quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CADA QUAL

Era feia a garota que vi no metrô. E o fato dela também saber disso demonstrava uma certa autoconfiança (sem disfarçar seu ar de tristeza). Fiquei observando aquela menina e, claro, me pus a imaginar sua história.

Gosto de pensar histórias pra pessoas desconhecidas. Me encanta o fato de pensar em como cada pessoa é um universo inteiro. Como cada um é uma mina. De emoções. De sonhos. De alegrias. De sofrimentos. De experiências. De possibilidades. (Será que algum outro maluco fica inventando histórias pra mim?)

Lá estava aquela menina feia. Será que ela ia bem em matemática? Não sei se era popular. Talvez tenha muitas amigas. As espinhas denunciavam que era chocólatra. Ela escondia as cicatrizes que tinha na mão esquerda na manga da blusa. Seus pais eram carinhosos? Não, ela não era emo. Dançava em frente ao espelho? Ouvia música no celular? Tinha uma paixão platônica? ...e mais uma via láctea de questões...

Era uma garota feia. E quando sacou de dentro da mochila sua arma secreta (ainda que não precisasse) conquistou minha simpatia. Pôs se a ler calmamente seu livro de poesia...

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