quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

VEM PRO BAILE PARTIMCUNDUM

Adriana Partimpim foi um sucesso. Música pra crianças e pra adultos (des)avisados. Então, Partimpim 2 já nasceu com pedigree. E eu adorei. Caetano Veloso disse alguma coisa do tipo que Adriana Calcanhotto, a Partimpim, consegue deslocar uma música de um determinado contexto para inseri-la no universo infantil. Eu assino embaixo (agora a fala dele tem respaldo). Isso é o mais bacana dos discos da Partimpim. Ela tem um olhar de criança pro mundo e pra música. Aí, não dá outra. O resultado é inventivo, lúdico, divertido, poético, animado e mais um monte de adjetivos.

No disco, Gatinha Manhosa que o Rei e o Tremendão provavelmente fizeram pra algum broto legal, vira uma música pra felinos, ou melhor, pra Ming lé, a gata da Partimpim. Tem a versão-catecismo do Zé Ramalho pra uma música do Bob Dylan. Tem Villa-Lobos. Tem João Gilberto. Tem Na massa, uma música que sugere mil imagens, de Davi Moraes e Arnaldo Antunes. Tem uma do próprio Caetano, Alexandre, que virou uma aula musicada de história. Tem mesmo é que ouvir! Pra animar esse post escolhi (missão difícil) da própria Partimpim, o forró moderninho sobre amor Menina, Menino. Um clique por um som!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009


ENTÃO É NATAL

Agora que passou, eu confesso que sou da turma que acha o Natal uma data melancólica. Sei que o 25 de dezembro é carregado de simbolismos bonitos e importantes. O tempo do (re)nascimento, da esperança, da possibilidade, do novo. Talvez por estar mais sensível a esses simbolismos, fico mais triste por ver o que andamos fazendo com a vida, com o mundo. Talvez o frenesi consumista que nos envolve nessa época também contribua pra data perder um pouco do sentido. Talvez a Simone cantando “Então é Natal” me encha um pouco o saco.

Pode até parecer contraditório, mas apesar disso tudo, nunca deixo de me comover com a data. Nunca deixo de me encantar com a Praça da Liberdade toda iluminada. Nunca deixo de renovar meus votos de esperança numa vida melhor, num mundo melhor. Nunca deixo de estar com os meus, em volta da mesa, celebrando e agradecendo... É sem dúvida uma data especial, que pode, na sua essência, se estender pelos outros dias do ano. Por que não?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009


Projeto: Livro A chave dos labirintos, de Dra. Acely Hovelacque
Design Gráfico : Paulo Andrade / Papel e Tudo

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009


VALIÓ LA PENA

Será que existe alguma santinha pra proteger os dançarinos de salão? Eu ia logo me agarrar com ela. Explico meus motivos.

Tradicionalmente, a academia de dança que frequento – a Incomodança – faz um baile de encerramento do ano com apresentações da equipe e dos alunos. Não sei onde estava com a cabeça que aceitei participar de duas coreografias. Pode não parecer nada demais, mas, pra mim, minha vergonha e minha autocrítica é loucura. Puro medo de errar perante uma platéia (desafio que está posto todo o tempo em diversas situações).

Então, lá fui eu me convencer de que deveria. Aproveitar até os benefícios dos eventuais erros (na dança, um estilo nasceu assim, do erro, da gafe). Relembrar que eu não preciso e nem devo me levar tão a sério. Me permitir. Um iceberg na barriga, muitos ensaios e alguns hematomas depois, chegou a hora.

Sem vergonha, encaramos o bolero. Com mais sete companheiros pra dividir a responsa, nem vi passar. Acho que deu quase tudo certo. Só alegria! Depois, hora de bailar una salsa. Desta vez, o buraco era mais embaixo. Apenas eu e minha parceira, uma super dançarina. Transe total. Nem sei quem estava habitando esse corpo enquanto dançava. Hã? Já acabou? Deu tudo certo? A despeito de um ou outro detalhe, S-I-M, deu tudo certo. Fiquei muito feliz com a experiência e com tudo que a envolveu. Como dizia a música que dançamos: Valió la pena!

Quanto a Santa, podiam canonizar Nossa Senhora do Pé de Valsa pra dar aquela forcinha...

P.S.: Menininhas do portão e seus pares, Aninha e queridos professores: Gracias! Gracias!

domingo, 6 de dezembro de 2009


DA BOCA PRA DENTRO

Já reparou como é que temos um discurso pronto, muitas vezes definitivo, pra vários assuntos? Principalmente se o assunto for dos outros. Daqui do nosso ponto de vista conseguimos resolver questões afetivas, financeiras, profissionais, religiosas e por aí vai, desde que não sejam nossas. Ser o sujeito da ação, não resta dúvidas, é bem mais difícil.

Tem aquele que fala de prosperidade, mas é super apegado a todas as suas quinquilharias materiais ou não. Tem um que educa o filho dos outros, mas não dá conta dos seus próprios rebentos. Tem também, o que dá uma ajeitada no casamento dos vizinhos, coitadinhos, mas vive às turras com o benhê em casa.

Olha eu aqui, por exemplo, tô só falando. Será que consigo agir conforme meu discurso? A ideia é, pelo menos, tentar. Sair da ordem do verbo pra ordem da ação. Se não me engano, foi Paulo Freire quem disse que num dado momento nosso discurso tem quer ser nossa prática. Viver é um exercício, não é? ‘Bora’ tentar?