domingo, 21 de fevereiro de 2010


PRECIOSA

16 anos. Mulher. Negra. Pobre. Obesa. Semianalfabeta. Mãe de duas crianças nascidas do estupro do pai (uma delas tem Síndrome de Down). Sonha com um namorado. Pra ela, amor é a violência física e sexual dos pais. Às vezes, ela quer, apenas, morrer. Assim é a história da Claireece "Preciosa" Jones. E olha que não é tudo.

Pra alguns o filme "Preciosa" é um dramalhão. Pra mim é um filme muito intenso. Não saí do cinema feliz da vida. Não tinha jeito. Mas fui pra casa pensando: o que fazer quando a vida não te dá escolhas? O que fazer quando a vida te impõe condições tão cruéis? (Não me falem de missão, karma ou castigo). O que fazer com essa realidade agora?

A Preciosa do filme, por vezes, se refugiava na sua imaginação. Mas foi perseverando na sua esperança que ela encontrou uma forma de romper com essa história e escrever, literalmente, uma vida melhor. Feliz? Não sei. Mas, melhor. Preciosa me respondeu que há sempre uma escolha.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

TANTO MAR

Tá bom! Em Minas tem montanha, tem cachoeira e tem bar (?!). MAS NÃO TEM MAR! Ficamos no prejuízo. O mar deve ter algum poder transformador. Na praia me sinto mais leve, mais saudável, mais disposto, mais vivo. Chego ao cúmulo de ter vontade de correr no calçadão (e é claro que fico tomando água de coco, esperando calmamente a vontade passar...).

Dias atrás estava em João Pessoa, na Paraíba (“hoje eu mando um abraço pra ti pequenina...”). Dias de sol, coqueiros, falésias e o mar lá, verde-azul. Diante dessas potências da natureza, acho que a gente se encontra. Tão pequenos e tão pertencentes àquela grandeza (como percebeu uma amiga diante de uma paisagem incrível na Irlanda). Talvez esse seja um dos motivos pra tantos artistas cantarem o mar.

Por minha vez, tratei de aproveitar aquele marzão. Como tenho que conviver com essa carência marítima, quando viajo alguns mil quilômetros de encontro ao mar, recarrego ao máximo as baterias. Isso feito e de volta a vida real, resta acompanhar o inevitável Dorival Caymmi: “o mar quando quebra na praia é bonito...”